7.23.2004

Novo trabalho paga menos que R$ 260

Maioria das novas vagas tem remuneração inferior a um salário mínimo

DA SUCURSAL DO RIO

O crescimento do emprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país em junho deu-se basicamente por meio da criação de vagas com uma remuneração inferior a um salário mínimo (R$ 260), segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em junho deste ano, foram criadas 589 mil novas vagas nas seis áreas abrangidas pela pesquisa em relação a junho do ano passado- um aumento de 3,3% no total de trabalhadores.
Entretanto, 454 mil destes novos empregados tinham remuneração menor do que um salário mínimo/hora por hora trabalhada. Isso significa que 77,1% daqueles que conseguiram um emprego no período receberam menos de um salário mínimo proporcionalmente às horas que trabalharam.
Na avaliação do diretor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), João Sabóia, este fenômeno explica o fato de a renda ainda estar em queda, embora em trajetória de recuperação.
Em junho deste ano, a renda média caiu 0,5% em relação a junho do ano passado, já descontada a inflação do período -a menor redução já apurada desde o início da série histórica do indicador, em março de 2003.
Na média, cada trabalhador recebeu o equivalente a 3,5 salários mínimos (R$ 886,60). Em relação a maio, a renda média aumentou 1,8%, após ter caído nos dois meses anteriores.O contingente de trabalhadores que não chegou a receber um salário mínimo também aumentou em relação ao total de ocupados.
Este grupo passou a responder por 15,5% do total de trabalhadores em junho deste ano. No mesmo período do ano passado, eles eram 13,5%.O salário mínimo subiu para R$ 260 em 1º de maio deste ano. Em 2003, o mínimo foi reajustado em 20% e passou de R$ 200 para R$ 240. (APG)
FSP, 23/07/2004