6.29.2004

SP registra recorde na criação de vagas

Taxa de desemprego na região metropolitana teve em maio a 1ª queda do ano, aponta pesquisa Seade/Dieese
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
O desemprego na região metropolitana de São Paulo caiu de 20,7% em abril para 19,7% da PEA (População Economicamente Ativa) em maio. Foi a primeira queda desde dezembro de 2003, quando a taxa de desemprego ficou em 19,1%, após bater em 19,9% em novembro.
A redução foi puxada pela geração de 157 mil postos de trabalho, a maior criação de vagas já registrada desde 1985, quando a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) começou a ser feita pela Fundação Seade/Dieese. Desse total, 54 mil vagas foram geradas pela indústria, que liderou a criação de empregos na região metropolitana de São Paulo.
Esse comportamento diferencia-se da PME (Pesquisa Mensal de Empregos) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostrou na semana passada que o aumento do nível de ocupação se deu por conta de vagas criadas pelo setor público. A criação recorde de empregos compensou a entrada de 73 mil pessoas no mercado de trabalho e reduziu em 84 mil o número de desempregados na região, que foi estimado em 1,960 milhão pela Fundação Seade/Dieese.
"A ocupação já havia crescido no mês passado [criação de 124 mil vagas em abril], mas numa proporção menor em relação ao aumento de pessoas buscando emprego. Em maio, a ocupação cresceu mais do que a PEA, o que derrubou o desemprego", disse o diretor de pesquisas da Fundação Seade, Sinésio Pires Ferreira. Segundo ele, outro fator positivo foi a "ampliação generalizada no nível de ocupação" em maio. "Houve ampliação da ocupação em todos os setores da economia, o que aponta para a criação de vagas relativamente consistentes."
Para os próximos meses, a Fundação Seade/Dieese prevê a manutenção da trajetória de queda da taxa do desemprego. "A tendência é de melhora. Até por uma questão de sazonalidade, já que o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro para o mercado de trabalho", disse Pires Ferreira, da Fundação Seade. A renda dos trabalhadores da região registrou ligeira queda de 0,4%, passando a corresponder a R$ 940 (recebidos em maio).
Economia
Os segmentos de vestuário e alimentação foram os que mais criaram postos de trabalho na indústria em maio, com aumentos no nível de ocupação, na comparação com abril, de 7,8% e 7,6%, respectivamente. Para Pires Ferreira, esses são segmentos que respondem rapidamente aos sinais de reativação da economia. "Aparentemente, a reativação começa a se refletir na taxa de desemprego de forma positiva." Ele prevê continuidade da geração de empregos, já que a proporção de trabalhadores que fazem hora extra subiu de 40,1% em abril para 46,3% em maio. "Depois de usar a hora extra para ampliar a produção, o próximo passo é criar vagas."

FSP, 29/06/2004