12.11.2004

Desemprego cai na AL, mas qualidade piora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de a taxa de desemprego ter diminuído na América Latina, a qualidade do emprego piorou na região, de acordo com os dados do Panorama Laboral 2004, realizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
O estudo, divulgado em Brasília, mostra que o desemprego regional caiu de 11,1% em 2003 para 10,5% nos três primeiros trimestres do ano, mas houve também aumento da informalidade no mercado de trabalho e da terceirização da mão-de-obra e uma maior porcentagem da classe trabalhadora sem proteção da seguridade social.
"Apesar da queda do desemprego, do aumento dos salários reais [acima da inflação] na maioria dos países latino-americanos e do aumento da produtividade, em termos de progresso laboral, o resultado não é tão bom", afirmou José Carlos Ferreira, diretor-adjunto da OIT no Brasil.
No Brasil, o desemprego aberto teve queda, passando de 12,4% em 2003 (três primeiros trimestres) para 11,9% no mesmo período deste ano. No entanto, em 1985 essa taxa era de 5,3%.
De 1990 para 2003, a taxa de informalidade cresceu na América Latina. Em 1990, 42,8% das pessoas ocupadas eram trabalhadores informais. Já em 2003, o número subiu para 46,7%. No Brasil, o índice aumentou quatro pontos percentuais no mesmo período, passando de 40,6% para 44,6%.
Segundo Ferreira, neste ano o Brasil foi o único a ter resultados positivos nos cinco indicadores: desemprego, informalidade, salário industrial real, salário mínimo real e produtividade.


FOLHA DE SÃO PAULO