Indústrias paulistas contratam mais 15 mil
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
A elevação do juro básico da economia ainda não atingiu o emprego na indústria paulista. Pelo menos até fevereiro. No mês passado, a indústria de transformação surpreendeu e contratou 15,01 mil pessoas, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, o resultado de fevereiro foi "uma surpresa boa e agradável". "A indústria temia que o juro alto impactasse negativamente a geração de empregos. Mas esse efeito ainda não foi sentido no nível de emprego industrial, que registra estabilidade."
A manutenção das contratações foi sustentada pelas exportações e pelo impacto do crédito no mercado interno. "As exportações continuam vigorosas, o que vem impedindo a queda do nível de emprego. A expansão do crédito, que significa consumo, aumenta a demanda", diz Francini.
Com as contratações de fevereiro, o nível de emprego na indústria paulista subiu 0,74%. Essa foi a segunda maior variação entre janeiro e fevereiro já registrada desde 2000, perdendo apenas para o ano passado, quando o nível de emprego cresceu 0,87%.
"Essa diferença pode ser explicada pelo cenário econômico de cada período. No ano passado, estávamos no início de um ciclo de retomada econômica."
Para o economista da Unicamp Marcio Pochmann, o impacto dos juros sobre o emprego será sentido a partir do próximo trimestre. "O efeito da elevação dos juros sobre o emprego não é imediato."
Francini crê que o comportamento do emprego industrial comece a ser influenciado pelos sucessivos aumentos da taxa daqui para a frente. "De tanto aplicar um remédio para acabar com a doença, chega uma hora que [o remédio] começa a fazer efeito."
No ano, a indústria paulista acumula expansão de 1,05% no emprego industrial, com a geração de 21,27 mil vagas. Em 12 meses, o crescimento foi de 6,76%, com a abertura de 133 mil postos. Esses números não levam em conta o ajuste sazonal do período, ou seja, não eliminam os efeitos das características específicas de cada período sobre o emprego.
Metodologia
A divulgação da pesquisa de emprego foi interrompida em dezembro, quando a Fiesp anunciou que a metodologia seria reformulada. A última revisão metodológica da pesquisa, realizada desde 1985, ocorreu em 1994.
A nova pesquisa leva em conta as alterações nos pesos dos setores industriais e dos portes das empresas no total de empregos da indústria paulista. Com a mudança, as variações de emprego nas pequenas e médias indústrias, que respondem por 76,5% das vagas, passaram a pesar mais no resultado mensal do que as registradas nas grandes empresas (25%).
DA FOLHA ONLINE
A elevação do juro básico da economia ainda não atingiu o emprego na indústria paulista. Pelo menos até fevereiro. No mês passado, a indústria de transformação surpreendeu e contratou 15,01 mil pessoas, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, o resultado de fevereiro foi "uma surpresa boa e agradável". "A indústria temia que o juro alto impactasse negativamente a geração de empregos. Mas esse efeito ainda não foi sentido no nível de emprego industrial, que registra estabilidade."
A manutenção das contratações foi sustentada pelas exportações e pelo impacto do crédito no mercado interno. "As exportações continuam vigorosas, o que vem impedindo a queda do nível de emprego. A expansão do crédito, que significa consumo, aumenta a demanda", diz Francini.
Com as contratações de fevereiro, o nível de emprego na indústria paulista subiu 0,74%. Essa foi a segunda maior variação entre janeiro e fevereiro já registrada desde 2000, perdendo apenas para o ano passado, quando o nível de emprego cresceu 0,87%.
"Essa diferença pode ser explicada pelo cenário econômico de cada período. No ano passado, estávamos no início de um ciclo de retomada econômica."
Para o economista da Unicamp Marcio Pochmann, o impacto dos juros sobre o emprego será sentido a partir do próximo trimestre. "O efeito da elevação dos juros sobre o emprego não é imediato."
Francini crê que o comportamento do emprego industrial comece a ser influenciado pelos sucessivos aumentos da taxa daqui para a frente. "De tanto aplicar um remédio para acabar com a doença, chega uma hora que [o remédio] começa a fazer efeito."
No ano, a indústria paulista acumula expansão de 1,05% no emprego industrial, com a geração de 21,27 mil vagas. Em 12 meses, o crescimento foi de 6,76%, com a abertura de 133 mil postos. Esses números não levam em conta o ajuste sazonal do período, ou seja, não eliminam os efeitos das características específicas de cada período sobre o emprego.
Metodologia
A divulgação da pesquisa de emprego foi interrompida em dezembro, quando a Fiesp anunciou que a metodologia seria reformulada. A última revisão metodológica da pesquisa, realizada desde 1985, ocorreu em 1994.
A nova pesquisa leva em conta as alterações nos pesos dos setores industriais e dos portes das empresas no total de empregos da indústria paulista. Com a mudança, as variações de emprego nas pequenas e médias indústrias, que respondem por 76,5% das vagas, passaram a pesar mais no resultado mensal do que as registradas nas grandes empresas (25%).
FOLHA DE SAO PAULO
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