3.05.2005

Aspectos das lesões por esforço repetitivo geram controvérsia

Especialistas divergem sobre tratamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora conhecidas há bastante tempo, as LER/Dort (lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) ainda geram muitas controvérsias quanto aos sintomas, aos números de pessoas que são vítimas e ao tratamento.
A discussão ficou clara no debate promovido pela Folha na última segunda-feira.
O evento teve a participação dos médicos José Knoplich, doutor em saúde pública pela USP, Daniel Feldman, professor-adjunto de reumatologia da Unifesp, José Erivalder Guimarães, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, André de Oliveira, profissional de educação física e coordenador de ginástica laboral, Osmar de Oliveira, ex-diretor do Centro de Reabilitação Profissional do INSS e Maria José Americano, presidente do Instituto Nacional de Prevenção às LER/Dort.
Além dos números -para Americano as LER/Dort são a segunda causa de afastamento do trabalho, já para Knoplich elas representam apenas 1% dos casos-, o tratamento e possíveis interesses de sindicatos também provocam contestações.
Knoplich defende que a pessoa seja remanejada de setor, tome antidepressivo, realize um tratamento psicológico e não faça exercícios físicos. Já para Osmar de Oliveira, os casos de pessoas que só querem a indenização trabalhista são minoria. "É essa concepção [de que o empregado quer ganhar dinheiro do INSS] que existe e nós temos de acabar com ela nesse país", disse Guimarães.