Metade dos trabalhadores do mundo ganha até US$ 2 por dia, diz OIT
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
Metade dos trabalhadores em atividade no mundo ganha US$ 2 ou menos por dia, segundo estudo divulgado hoje pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Trata-se de uma legião de 1,4 bilhão pessoas --de um um universo total de 2,8 bilhões de trabalhadores no mundo-- que estão, dessa forma, abaixo da linha da pobreza.
Para agravar ainda mais o quadro, dentro desse conjunto de 1,4 bilhão de pessoas, 550 milhões ganham menos de US$ 1 por dia.
De acordo com o estudo "Relatório Mundial sobre Emprego 2004-2005", as políticas econômicas mundiais precisam se concentrar em criar oportunidades de empregos "decentes e produtivos" para cumprir as metas do milênio --objetivos mundiais a serem atingidos até 2015, como a redução da pobreza extrema, acesso à educação básica e água tratada.
Os ganhos de produtividade, diz o documento, precisam começar na ponta geradora de empregos, ou seja, no nível das empresas, com redução de custos de produção e maiores margens de lucro e competitividade, e devem continuar no nível dos trabalhadores, com maiores salários e menor jornada de trabalho. Tais modificações contribuiriam para aumentar o consumo e gerar empregos.
A OIT não deixa de lembrar que essas mudanças poderiam também ocasionar cortes de empregos em um primeiro momento. É papel das instituições, portanto, "dar aos trabalhadores garantias e treinamento para prepará-los para um mercado de trabalho em transformação".
"Criar mais e melhores empregos tem que se tornar a plataforma política central do esforço mundial para reduzir a pobreza", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "Não é apenas a ausência de trabalho que funciona como fonte de pobreza, mas também trabalhos menos produtivos. O crescimento da produtividade é o motor do crescimento econômico que permite que homens e mulheres ganhem o suficiente para saírem da linha de pobreza."
O documento chama a atenção ainda para o aumento de produtividade no trabalho agrícola, onde são maioria os trabalhadores informais e que vivem em situação de pobreza.
"O trabalho agrícola emprega 40% dos trabalhadores nos países em desenvolvimento e contribui com 20% do seu PIB [Produto Interno Bruto]."
As previsões da OIT são otimistas quanto à redução pela metade da população que ganha até US$ 1 por dia até 2015, "uma vez que o crescimento anual do PIB mundial teria que ser de 4,7%, menor que o crescimento anual projetado de 5% entre 1995 e 2005", diz o relatório. "Mas a projeção sofre influência do rápido crescimento da China, do Sul e do Sudeste asiáticos." Para a América Latina e para o Caribe, a redução "muito provavelmente não irá acontecer".
Para as pessoas que ganham até US$ 2 por dia a perspectiva de melhora é menos otimista, com chances de acontecer apenas no leste da Ásia. As demais regiões teriam que conseguir um "aumento considerável" de suas economias para que tal redução acontecesse.
A parcela de pessoas ganhando até US$ 2 caiu de 57,2% em 1990 para 49,7% em 2003. Segundo a OIT, pode cair para perto de 40% em 2015.
Com agências internacionais
da Folha Online
Metade dos trabalhadores em atividade no mundo ganha US$ 2 ou menos por dia, segundo estudo divulgado hoje pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Trata-se de uma legião de 1,4 bilhão pessoas --de um um universo total de 2,8 bilhões de trabalhadores no mundo-- que estão, dessa forma, abaixo da linha da pobreza.
Para agravar ainda mais o quadro, dentro desse conjunto de 1,4 bilhão de pessoas, 550 milhões ganham menos de US$ 1 por dia.
De acordo com o estudo "Relatório Mundial sobre Emprego 2004-2005", as políticas econômicas mundiais precisam se concentrar em criar oportunidades de empregos "decentes e produtivos" para cumprir as metas do milênio --objetivos mundiais a serem atingidos até 2015, como a redução da pobreza extrema, acesso à educação básica e água tratada.
Os ganhos de produtividade, diz o documento, precisam começar na ponta geradora de empregos, ou seja, no nível das empresas, com redução de custos de produção e maiores margens de lucro e competitividade, e devem continuar no nível dos trabalhadores, com maiores salários e menor jornada de trabalho. Tais modificações contribuiriam para aumentar o consumo e gerar empregos.
A OIT não deixa de lembrar que essas mudanças poderiam também ocasionar cortes de empregos em um primeiro momento. É papel das instituições, portanto, "dar aos trabalhadores garantias e treinamento para prepará-los para um mercado de trabalho em transformação".
"Criar mais e melhores empregos tem que se tornar a plataforma política central do esforço mundial para reduzir a pobreza", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. "Não é apenas a ausência de trabalho que funciona como fonte de pobreza, mas também trabalhos menos produtivos. O crescimento da produtividade é o motor do crescimento econômico que permite que homens e mulheres ganhem o suficiente para saírem da linha de pobreza."
O documento chama a atenção ainda para o aumento de produtividade no trabalho agrícola, onde são maioria os trabalhadores informais e que vivem em situação de pobreza.
"O trabalho agrícola emprega 40% dos trabalhadores nos países em desenvolvimento e contribui com 20% do seu PIB [Produto Interno Bruto]."
As previsões da OIT são otimistas quanto à redução pela metade da população que ganha até US$ 1 por dia até 2015, "uma vez que o crescimento anual do PIB mundial teria que ser de 4,7%, menor que o crescimento anual projetado de 5% entre 1995 e 2005", diz o relatório. "Mas a projeção sofre influência do rápido crescimento da China, do Sul e do Sudeste asiáticos." Para a América Latina e para o Caribe, a redução "muito provavelmente não irá acontecer".
Para as pessoas que ganham até US$ 2 por dia a perspectiva de melhora é menos otimista, com chances de acontecer apenas no leste da Ásia. As demais regiões teriam que conseguir um "aumento considerável" de suas economias para que tal redução acontecesse.
A parcela de pessoas ganhando até US$ 2 caiu de 57,2% em 1990 para 49,7% em 2003. Segundo a OIT, pode cair para perto de 40% em 2015.
Com agências internacionais
FOLHA DE SAO PAULO
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