11.17.2004

RJ tem 5 mil menores no crime organizado, diz relatório

Uma rede de ONGs internacionais divulgou um relatório que estima que 5 mil jovens com menos de 18 anos estão envolvidos com o crime organizado no Rio de Janeiro.

A rede, chamada Coalizão para Acabar com o Uso de Crianças como Soldados , tem como objetivo impedir que crianças sejam recrutadas para combater em conflito.

O relatório mostra a presença de "crianças-soldados" em vários países. Nos últimos três anos, crianças teriam lutado em 22 conflitos ao redor do mundo.

Com relação ao Brasil, o relatório se baseou em estudos feitos em comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Tráfico

No capítulo dedicado ao Brasil, o relatório tomou como referência, entre outros documentos, em um estudo realizado pelo antropólogo britânico Luke Dowdney, pesquisador do Iser (Instituto de Estudos Superiores da Religião) e do Viva Rio.

O estudo resultou no livro Crianças no Tráfico, lançado no ano passado.
A pesquisa analisou entre 5 mil e 6 mil jovens armados e envolvidos com o tráfico no Rio de Janeiro.

Segundo Luke, o número de jovens envolvidos na luta entre traficantes aumentou muito a partir do final dos anos 80.

Ainda no capítulo dedicado ao Brasil, o relatório diz que as medidas de seguranças adotadas pelos governos estaduais para combater a criminalidade resultaram no aumento de casos de violações dos direitos humanos, além da ação dos chamados "esquadrões da morte".

O relatório global sobre "crianças-soldados" inclui dados coletados entre abril de 2001 e março deste ano. Os dados coletados nos países citados pela organização foram fornecidos por diferentes fontes que vão desde agências da Organização das Nações Unidas a reportagens jornalísticas.

A coalizão também tem como um dos seus objetivos fazer com que os jovens que estejam atuando como soldados sejam desmobilizados e reintegrados à sociedade.

A organização lançou um apelo para que o Conselho de Segurança da ONU identifique e leve à Justiça os exércitos ou movimentos rebeldes que utilizem crianças como combatentes.

Publicado na BBCBrasil.com