9.16.2004

Emprego industrial sobe pelo terceiro mês; salários ficam estáveis

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
As contratações na indústria brasileira superaram as demissões pelo terceiro mês consecutivo. Em julho, o nível de emprego cresceu 0,2% na comparação com junho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da trajetória de recuperação, o ritmo de crescimento das contratações está diminuindo. Em junho, na comparação com o mês anterior, a indústria havia apontado crescimento de 0,5% no total de vagas. Em maio, na mesma base de comparação, o crescimento foi de 1,1%.
Na comparação com julho do ano passado, houve aumento de 2,3% no nível de emprego industrial. Das 14 áreas pesquisadas, 12 apresentaram aumento no total de empregos em junho, com destaque para Minas Gerais (4,5%), região Sul (3,4%) e São Paulo (1,5%).
Segundo dados divulgados pelo IBGE no início deste mês, a produção industrial cresceu 0,5% em julho na comparação com junho. Em relação a igual mês de 2003, a expansão atingiu 9,6%. O resultado já indicava uma redução no ritmo de expansão na indústria. Em junho, o crescimento foi de 0,5% na comparação com maio, mas em relação a junho do ano passado, a expansão foi de 13%.A recuperação da indústria vem sendo estimulada não apenas pelo aumento das exportações --como até o começo deste ano--, mas também pela melhora da demanda no mercado interno, o que incentiva a geração de empregos no setor.
Em julho, no entanto, os setores de bens de capital e de bens semiduráveis e não-duráveis apresentaram quedas, de 1,1% e de 1%, respectivamente. O primeiro representa a compra de máquinas e equipamentos, típicas de períodos de expansão dos investimentos na indústria. O segundo inclui itens importantes na cesta de produtos consumidos pelos brasileiros, como vestuário e remédios.
Com o resultado de julho, a indústria brasileira acumula no ano crescimento de 0,5% no nível de emprego.
Salários
A folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, na série livre de influências sazonais, ficou estável em julho na comparação com o mês anterior. Em junho, a expansão foi de 0,7%. De abril para maio, a variação havia sido negativa em 1,1%.Em relação a junho de 2003, porém, houve aumento de 8,3% na folha de pagamentos.De janeiro a julho, a folha de pagamento acumula alta de 9%. Em 12 meses, o avanço é de 4,1%.A folha média, que representa o total de rendimentos por empregado, cresceu 5,8% sobre julho de 2003. No ano, registra aumento de 8,5% e, em 12 meses, de 4,5%.