Desemprego tem a menor taxa em 3 anos
Melhora na economia reduz o contingente de pessoas à procura de vaga em outubro; renda do trabalhador, porém, registra queda
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Com menos pessoas à procura de um trabalho em razão da melhora da economia, a taxa de desemprego caiu em outubro para 10,5%. É a menor marca desde outubro de 2001, quando teve início a nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A mesma taxa já havia sido registrada em dezembro de 2002.
Em setembro, o desemprego havia ficado mais alto: 10,9%. Em outubro do ano passado, a taxa fora ainda maior -12,9%. A renda, porém, não seguiu a mesma trajetória positiva e voltou a ter queda: 1,2%.
Ao comentarem a queda do desemprego, especialistas ouvidos pela Folha dizem que a procura por uma vaga caiu em razão da saída do mercado de muitas pessoas que não são chefes de família. A queda ocorreu, afirmam eles, porque as pessoas desistiram de buscar uma recolocação -o chamado desalento, que acontece em tempos de crise na economia.
Esse contingente, afirmam, havia ingressado no mercado durante a crise 2003 para engordar a renda familiar ou compensar a demissão de outro membro da família. Agora, com o início da recuperação, está deixando de buscar trabalho e retomando suas atividades domésticas ou de estudo.
O IBGE considerou positivo o resultado, levando em conta que o desemprego atingiu em outubro o mesmo nível de dezembro, mês que historicamente apresenta a taxa mais baixa do ano. Outro dado favorável foi o aumento no emprego com carteira assinada. "É um comportamento do mercado de trabalho extremamente positivo para um mês de outubro", diz Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Ele afirmou que o fato de a ocupação ter ficado praticamente estável na comparação com setembro -alta de 0,2%, ou apenas 38 mil pessoas- mostra que o desemprego cedeu como conseqüência da menor procura.
De setembro para outubro, 60 mil pessoas saíram do mercado de trabalho. Mesmo com a quase estabilidade em relação a setembro, a geração de vagas continua firme se comparada com 2003 -expansão de 4,2% ante outubro daquele ano, ou 774 mil pessoas.
Divulgado pelo IBGE, o perfil dos que deixaram o mercado de trabalho -jovens, mulheres e com mais de 11 anos de estudo- indica que são pessoas que estavam buscando um emprego para complementar a renda da família.
"Mais cedo ou mais tarde, esse contingente que entrou de forma desesperada no mercado por causa da queda da renda e das agruras da família sairia do mercado de trabalho com o começo da recuperação do rendimento", afirma Lauro Ramos, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Ramos destaca também o aumento das contratações com carteira -1,3% ante setembro e 3,6% em relação ao outubro de 2003. "O mercado está cumprindo sua trajetória de recuperação. Primeiro, foram criados postos de trabalho de péssima qualidade. Agora, começa a crescer o emprego formal", disse. Fábio Romão, da consultoria LCA, ressalta que o "emprego formal nas regiões metropolitanas começa a reagir", fenômeno que já vem acontecendo há algum tempo no resto do país.
FOLHA DE SÃO PAULO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Com menos pessoas à procura de um trabalho em razão da melhora da economia, a taxa de desemprego caiu em outubro para 10,5%. É a menor marca desde outubro de 2001, quando teve início a nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A mesma taxa já havia sido registrada em dezembro de 2002.
Em setembro, o desemprego havia ficado mais alto: 10,9%. Em outubro do ano passado, a taxa fora ainda maior -12,9%. A renda, porém, não seguiu a mesma trajetória positiva e voltou a ter queda: 1,2%.
Ao comentarem a queda do desemprego, especialistas ouvidos pela Folha dizem que a procura por uma vaga caiu em razão da saída do mercado de muitas pessoas que não são chefes de família. A queda ocorreu, afirmam eles, porque as pessoas desistiram de buscar uma recolocação -o chamado desalento, que acontece em tempos de crise na economia.
Esse contingente, afirmam, havia ingressado no mercado durante a crise 2003 para engordar a renda familiar ou compensar a demissão de outro membro da família. Agora, com o início da recuperação, está deixando de buscar trabalho e retomando suas atividades domésticas ou de estudo.
O IBGE considerou positivo o resultado, levando em conta que o desemprego atingiu em outubro o mesmo nível de dezembro, mês que historicamente apresenta a taxa mais baixa do ano. Outro dado favorável foi o aumento no emprego com carteira assinada. "É um comportamento do mercado de trabalho extremamente positivo para um mês de outubro", diz Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Ele afirmou que o fato de a ocupação ter ficado praticamente estável na comparação com setembro -alta de 0,2%, ou apenas 38 mil pessoas- mostra que o desemprego cedeu como conseqüência da menor procura.
De setembro para outubro, 60 mil pessoas saíram do mercado de trabalho. Mesmo com a quase estabilidade em relação a setembro, a geração de vagas continua firme se comparada com 2003 -expansão de 4,2% ante outubro daquele ano, ou 774 mil pessoas.
Divulgado pelo IBGE, o perfil dos que deixaram o mercado de trabalho -jovens, mulheres e com mais de 11 anos de estudo- indica que são pessoas que estavam buscando um emprego para complementar a renda da família.
"Mais cedo ou mais tarde, esse contingente que entrou de forma desesperada no mercado por causa da queda da renda e das agruras da família sairia do mercado de trabalho com o começo da recuperação do rendimento", afirma Lauro Ramos, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Ramos destaca também o aumento das contratações com carteira -1,3% ante setembro e 3,6% em relação ao outubro de 2003. "O mercado está cumprindo sua trajetória de recuperação. Primeiro, foram criados postos de trabalho de péssima qualidade. Agora, começa a crescer o emprego formal", disse. Fábio Romão, da consultoria LCA, ressalta que o "emprego formal nas regiões metropolitanas começa a reagir", fenômeno que já vem acontecendo há algum tempo no resto do país.
FOLHA DE SÃO PAULO
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