Professores reagem à idéia de terceirização
FERNANDA MENADA
REPORTAGEM LOCAL
Professores da rede privada de ensino regular estão se mobilizando contra propostas de terceirização de profissionais da educação.Além de criticar a criação de cooperativas, a categoria critica um projeto Colégio Brasil Novo, idealizado pelo ex-presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) José Aurélio Camargo, 55, para quem o atual modelo de gestão de escolas está "esgotado".Ele diz que a contratação de professores como pessoas jurídicas possibilitará reduzir as mensalidades em até 50%, além de dobrar o rendimento dos professores, já que as escolas não teriam de arcar com encargos trabalhistas.Na opinião dos professores, o modelo implica perda da qualidade de ensino por falta de comprometimento dos profissionais com um projeto pedagógico. "É tratar a escola como comércio", diz Fábio Zambon, vice-presidente do sindicato da categoria. Já para Camargo, o professor seria um parceiro das escolas, alugando uma sala para as aulas e recebendo conforme o número de alunos.Segundo Luis Carlos Moro, 37, presidente da Associação Latino-americana de Advogados Trabalhistas, "professor não pode ser terceirizado". Para o advogado Cássio Mesquita Barros, da Comissão de Peritos da Organização Internacional do Trabalho, a idéia é uma tentativa de fugir dos encargos da legislação trabalhista, mas tem de ser muito discutida.
FSP, 23/03/2004
FSP, 23/03/2004
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