Homem ganha mais e estuda menos
DA SUCURSAL DO RIO
Mesmo com mais anos de estudo, as mulheres ainda ganham menos do que os homens, tendência que teve uma pequena aceleração nos últimos anos.
Em 2003, 49% das mulheres tinham rendimento de até um salário mínimo. No caso dos homens, o percentual era de 32%.
Em 2001, 29,5% dos homens e 46,2% das mulheres ganhavam até esse piso. Os dados mostram que se agravou o desnível de renda, já que o percentual de mulheres incluídas nesse contingente cresceu proporcionalmente mais (2,8 pontos) do que o de homens (2,5 pontos). De 2002 para 2003, não foram detectadas mudanças significativas.
Esse desnível se mantém apesar de as mulheres ocupadas terem em média um ano a mais de estudo do que os homens -8,4 contra 7,4.
Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da Síntese de Indicadores Sociais, afirma que o menor rendimento feminino se explica pelas formas de inserção delas no mercado. A maioria trabalha no setor de serviços ou em serviços domésticos, atividades que pagam salários mais baixos. Os homens predominam na indústria, onde estão as melhores remunerações.
No primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a renda caiu, em média, 7,5%. Para as mulheres, a perda foi mais intensa -8%. O ano de 2003 também foi marcado pela alta do desemprego. A taxa subiu de 9,2% em 2002 para 9,7% em 2003.
Segundo IBGE, maioria dos estudantes de 18 a 24 anos está nos ensinos fundamental e médio, não na universidade
Mais adultos retornam a bancos escolares
DA SUCURSAL DO RIO
Os brasileiros estão estudando mais, e isso não acontece só nas faixas etárias até 17 anos. A Síntese de Indicadores Sociais 2004, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que a proporção de pessoas freqüentando a escola aumentou em todas as faixas etárias, inclusive entre quem tem entre 20 e 24 anos. Os dados são referentes ao ano passado.
A porcentagem de brasileiros nessa faixa etária que estavam na escola foi a que teve o maior aumento, em termos proporcionais, de 1993 para 2003. Foi de 18,3% para 26,8%, variação de 46%.
Em números absolutos, o maior aumento foi verificado na faixa de 15 a 17 anos: passou de 61,9% para 82,4%, o que representa variação de 21 pontos percentuais.
Esse aumento no número de jovens de 20 a 24 anos estudando foi causado basicamente por dois fatos: aumento de matrículas no ensino superior e esforço para voltar a estudar depois de ter abandonado ou se atrasado na escola.
Do total de estudantes de 18 a 24 anos (faixa em que o nível de ensino adequado é o superior), só 31,7% estão realmente cursando uma faculdade ou universidade.
A maioria desses alunos ainda estuda para completar o ensino fundamental (antigo 1º grau) ou o médio (2º grau): 20,4% estão no fundamental (destinado à faixa etária que vai dos 7 aos 14 anos) e 41,8% estão no ensino médio (para a faixa etária dos 15 aos 17).
A luta contra o tempo escolar perdido é maior no Nordeste. Enquanto na região Sudeste a porcentagem dos estudantes de 18 a 24 anos que estão cursando o ensino fundamental ou médio é de 52,7%, nos Estados do Nordeste essa proporção chega a 78,1%.
A porcentagem é alta também na região Norte (77,1%), enquanto no Centro-Oeste ela é de 57,4% e de 45,3% no Sul.
Os dados do IBGE também permitem comparar a desigualdade no acesso à educação por renda.
Nessa análise, a população brasileira é dividida em cinco grupos, que vão dos 20% com menor renda média até os 20% de mais renda, ou seja, mais ricos.
A média de anos de estudo entre os 20% mais pobres é de 3,8 anos, nível que indica que eles não completaram nem sequer a quarta série do ensino fundamental.
Entre os 20% mais ricos, a média de estudo é de 10,3 anos, o que significa que eles chegaram, em média, até o segundo ano do ensino médio.
Branco ainda ganha mais que negro
Mesmo com mais anos de estudo, as mulheres ainda ganham menos do que os homens, tendência que teve uma pequena aceleração nos últimos anos.
Em 2003, 49% das mulheres tinham rendimento de até um salário mínimo. No caso dos homens, o percentual era de 32%.
Em 2001, 29,5% dos homens e 46,2% das mulheres ganhavam até esse piso. Os dados mostram que se agravou o desnível de renda, já que o percentual de mulheres incluídas nesse contingente cresceu proporcionalmente mais (2,8 pontos) do que o de homens (2,5 pontos). De 2002 para 2003, não foram detectadas mudanças significativas.
Esse desnível se mantém apesar de as mulheres ocupadas terem em média um ano a mais de estudo do que os homens -8,4 contra 7,4.
Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da Síntese de Indicadores Sociais, afirma que o menor rendimento feminino se explica pelas formas de inserção delas no mercado. A maioria trabalha no setor de serviços ou em serviços domésticos, atividades que pagam salários mais baixos. Os homens predominam na indústria, onde estão as melhores remunerações.
No primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a renda caiu, em média, 7,5%. Para as mulheres, a perda foi mais intensa -8%. O ano de 2003 também foi marcado pela alta do desemprego. A taxa subiu de 9,2% em 2002 para 9,7% em 2003.
Segundo IBGE, maioria dos estudantes de 18 a 24 anos está nos ensinos fundamental e médio, não na universidade
Mais adultos retornam a bancos escolares
DA SUCURSAL DO RIO
Os brasileiros estão estudando mais, e isso não acontece só nas faixas etárias até 17 anos. A Síntese de Indicadores Sociais 2004, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que a proporção de pessoas freqüentando a escola aumentou em todas as faixas etárias, inclusive entre quem tem entre 20 e 24 anos. Os dados são referentes ao ano passado.
A porcentagem de brasileiros nessa faixa etária que estavam na escola foi a que teve o maior aumento, em termos proporcionais, de 1993 para 2003. Foi de 18,3% para 26,8%, variação de 46%.
Em números absolutos, o maior aumento foi verificado na faixa de 15 a 17 anos: passou de 61,9% para 82,4%, o que representa variação de 21 pontos percentuais.
Esse aumento no número de jovens de 20 a 24 anos estudando foi causado basicamente por dois fatos: aumento de matrículas no ensino superior e esforço para voltar a estudar depois de ter abandonado ou se atrasado na escola.
Do total de estudantes de 18 a 24 anos (faixa em que o nível de ensino adequado é o superior), só 31,7% estão realmente cursando uma faculdade ou universidade.
A maioria desses alunos ainda estuda para completar o ensino fundamental (antigo 1º grau) ou o médio (2º grau): 20,4% estão no fundamental (destinado à faixa etária que vai dos 7 aos 14 anos) e 41,8% estão no ensino médio (para a faixa etária dos 15 aos 17).
A luta contra o tempo escolar perdido é maior no Nordeste. Enquanto na região Sudeste a porcentagem dos estudantes de 18 a 24 anos que estão cursando o ensino fundamental ou médio é de 52,7%, nos Estados do Nordeste essa proporção chega a 78,1%.
A porcentagem é alta também na região Norte (77,1%), enquanto no Centro-Oeste ela é de 57,4% e de 45,3% no Sul.
Os dados do IBGE também permitem comparar a desigualdade no acesso à educação por renda.
Nessa análise, a população brasileira é dividida em cinco grupos, que vão dos 20% com menor renda média até os 20% de mais renda, ou seja, mais ricos.
A média de anos de estudo entre os 20% mais pobres é de 3,8 anos, nível que indica que eles não completaram nem sequer a quarta série do ensino fundamental.
Entre os 20% mais ricos, a média de estudo é de 10,3 anos, o que significa que eles chegaram, em média, até o segundo ano do ensino médio.
Branco ainda ganha mais que negro
DA SUCURSAL DO RIO
Uma passada de olho rápida nas tabelas do IBGE pode levar a conclusões precipitadas. Uma delas é a de que a tão sonhada igualdade racial é realidade em alguns Estados. Em São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo o rendimento de negros e pardos com mais de 12 anos de estudo é maior do que o de brancos com essa escolaridade.
Em São Paulo, a renda média mensal de negros e pardos com essa escolaridade é de 10,2 salários mínimos (9,9 entre os brancos). No Rio Grande do Norte, a diferença é ainda mais favorável: média de 12,6 salários mínimos para negros e pardos, enquanto a população branca na mesma faixa de escolaridade (equivale, no mínimo, a nível superior incompleto) ganha só 7,6 salários mínimos.
A tese de igualdade racial começa a ser desmontada pelo rendimento por hora. Em todos os Estados, negros e pardos de alta escolaridade ganham menos por hora trabalhada que brancos com mais de 12 anos de estudo. Ou seja, precisam trabalhar mais para ganhar o mesmo no fim do mês.
Outro dado que contraria a suposta igualdade é que os pretos e pardos nem sequer atingiram em 2003 o nível de escolaridade dos brancos dez anos antes. O número médio de anos de estudo de negros e pardos subiu de 4,5 em 1993 para 6 em 2003; entre os brancos, saltou de 6,8 para 8,3.
Mesmo na população de menor escolaridade (até quatro anos de estudo), brancos ganham mais (R$ 2,80 por hora) do que negros e pardos (R$ 1,90 por hora).
Além disso, a proporção de negros e pardos com mais de 12 anos de estudo completos é muito pequena (5,3% dessa população) ante a população branca (18,1%).
Moema Teixeira, pesquisadora do IBGE, explica também que é preciso levar em conta o tamanho da amostra: "Justamente por se tratar de uma amostra pequena, ainda mais em nível estadual, o dado está mais sujeito a erro".
Uma passada de olho rápida nas tabelas do IBGE pode levar a conclusões precipitadas. Uma delas é a de que a tão sonhada igualdade racial é realidade em alguns Estados. Em São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo o rendimento de negros e pardos com mais de 12 anos de estudo é maior do que o de brancos com essa escolaridade.
Em São Paulo, a renda média mensal de negros e pardos com essa escolaridade é de 10,2 salários mínimos (9,9 entre os brancos). No Rio Grande do Norte, a diferença é ainda mais favorável: média de 12,6 salários mínimos para negros e pardos, enquanto a população branca na mesma faixa de escolaridade (equivale, no mínimo, a nível superior incompleto) ganha só 7,6 salários mínimos.
A tese de igualdade racial começa a ser desmontada pelo rendimento por hora. Em todos os Estados, negros e pardos de alta escolaridade ganham menos por hora trabalhada que brancos com mais de 12 anos de estudo. Ou seja, precisam trabalhar mais para ganhar o mesmo no fim do mês.
Outro dado que contraria a suposta igualdade é que os pretos e pardos nem sequer atingiram em 2003 o nível de escolaridade dos brancos dez anos antes. O número médio de anos de estudo de negros e pardos subiu de 4,5 em 1993 para 6 em 2003; entre os brancos, saltou de 6,8 para 8,3.
Mesmo na população de menor escolaridade (até quatro anos de estudo), brancos ganham mais (R$ 2,80 por hora) do que negros e pardos (R$ 1,90 por hora).
Além disso, a proporção de negros e pardos com mais de 12 anos de estudo completos é muito pequena (5,3% dessa população) ante a população branca (18,1%).
Moema Teixeira, pesquisadora do IBGE, explica também que é preciso levar em conta o tamanho da amostra: "Justamente por se tratar de uma amostra pequena, ainda mais em nível estadual, o dado está mais sujeito a erro".
FOLHA DE SAO PAULO
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