1.20.2006

Emprego de carteira assinada em baixa



BRASÍLIA – O fraco desempenho da economia brasileira em 2005 acabou refletindo na criação de postos de trabalho formais no país. De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, no ano passado foram criados 1,254 milhão de empregos com carteira assinada, cerca de 17,7% a menos do que o resultado do ano anterior, cujo saldo (diferença entre empregos criados e perdidos) ficou em 1,523 milhão de postos.
Em Minas Gerais, a situação foi parecida. Em 2005, o saldo entre os empregos criados e os perdidos no Estado foi de 155.409, aproximadamente 11,4% a menos que o verificado em 2004, cujo saldo foi de 175.254 postos de trabalho. A projeção para 2006 do ministro Luiz Marinho é repetir o desempenho de 2004.
Caso seja concretizada, o total ficaria em cerca de 5 milhões de postos de trabalho formais criados durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), que chegou a falar na criação de 10 milhões de empregos durante a campanha presidencial.
Selic Em 2005, o setor da indústria de transformação foi a que mais desacelerou o ritmo de crescimento do emprego, com apenas 177.548 postos de trabalhos criados, quase 65% a menos do que os 504.610 gerados no ano anterior.
O comércio também perdeu fôlego, com saldo de 389.815 empregos, frente a 403.940 de 2004. Questionado sobre a razão dessa desaceleração, Marinho culpou a política monetária.
“É por causa da nossa querida e estimada Selic – afirmou o ministro, referindo-se à taxa básica de juros, considerada muito elevada, sobretudo pelo setor produtivo, e que segurou o crescimento maior do país em 2005.
Sudeste Do lado positivo, o setor de serviços foi o que melhor desempenho teve em relação à geração de empregos, com saldo positivo de 569.705 postos, 21,2% a mais do que em 2004, quando ficou em 470.123.
A construção civil também mostrou força, com resultado positivo de 85.053 empregos, 67,55% a mais do que no ano anterior (50.763 unidades). Na opinião de Marinho, esses setores deverão continuar crescendo em 2006, possibilitando a ampliação do número de trabalhadores com registro na carteira.
“Para este ano (2006), esses setores continuarão crescendo mais”, adiantou o ministro. A região Sudeste foi a que mais gerou saldo positivo na criação de empregos em 2005, com 790,111 mil postos de trabalho.
Deste total, o Rio de Janeiro ficou com 121.111 empregos, ocupando o terceiro lugar na lista, encabeçada por São Paulo com 472.931 empregos
Jornal O Tempo