Vagas crescem, mas desemprego é recorde
Taxa de 13,1% em abril é a mais alta desde que o IBGE começou a pesquisa; demanda supera a criação de postos
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O desemprego atingiu nível recorde em abril: a taxa nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 13,1%, a maior desde outubro de 2001, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a nova PME (Pesquisa Mensal de Emprego). Em abril de 2003, a taxa havia sido de 12,4%. Em março deste ano, ficou em 12,8%.A renda, que havia crescido por três meses consecutivos, voltou a cair. A informalidade cresceu.Mas o IBGE aponta também aspectos positivos na pesquisa. O número de pessoas com trabalho cresceu em abril 2,5% ante o mesmo mês de 2003. Em março de 2004 sobre igual mês do ano anterior, o nível de ocupação havia crescido 1,9%.A PEA (População Economicamente Ativa), que inclui tanto quem está empregado como quem procura trabalho, aumentou 3,3% em abril. Em março, havia crescido 1,2% no mesmo tipo de comparação.Para o IBGE, estão sendo criadas vagas, mas não em número suficiente para atender à demanda crescente. O número de desempregados subiu 8,5%."O número de desocupados cresceu proporcionalmente mais do que o de ocupados. E não foram geradas vagas suficientes para cobrir o aumento da procura por trabalho e frear a taxa de desocupação", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da PME.Do total de 460 mil postos de trabalho a mais em abril, na comparação com o mesmo mês de 2003, 81,5% são no mercado informal (trabalhadores por conta de própria ou sem carteira assinada). Em abril, havia 2,812 milhões de pessoas sem trabalho nas áreas pesquisadas, 220 mil a mais do que no mesmo mês de 2003.Para Pereira, o desemprego tradicionalmente sobe de março a julho, quando mais pessoas buscam trabalho. A julgar pelo comportamento histórico, diz, a trajetória de alta deve ser mantida.
FSP, 26/05/2004
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